quinta-feira, 26 de maio de 2011

QUAL É O SEU MODELO DE VIDA

Modelos de Vida



“O homem tem natural inclinação para a agressão e não para o amor. Num mundo marcado pelo terrorismo, o ódio está no topo da lista dos problemas filosóficos” (Revista Filosofia Ciência & Vida nº. 27).
Em conversa com uma pessoa eu dizia que muitas vezes minha mente maquina o mal e dizer tal coisa traz sérias implicações, pois nos desnudar, revelar de fato quem somos não é politicamente correto. O apóstolo Paulo diz que a carne milita contra o Espírito e o Espírito contra a carne porque são opostos entre si; para que não venhamos a fazer o que porventura seja do nosso querer. Se estivéssemos em um debate, poderíamos ouvir Canetti dizer:
“Os homens buscam carne alheia, cortam-na e se alimentam do tormento das criaturas fracas”.
O apóstolo Paulo, provavelmente diria: “Gente é o seguinte: a nossa carne gosta de fazer as coisas ruins que são justamente o oposto das coisas que o Espírito nos manda fazer; e as coisas boas que desejamos fazer quando o Espírito nos domina, são justamente o oposto dos nossos desejos naturais. Estas duas forças dentro de nós estão lutando constantemente uma contra a outra, a fim de ganharem o domínio sobre nós, e os nossos desejos nunca estão livres de suas pressões.
Se Davi fosse convidado para este debate, talvez ele contasse uma de suas experiências dizendo o seguinte: “Houve um período da minha vida em que não conseguia entender meus problemas e estava muito perturbado. Meus inimigos gritavam ameaças contra mim e os homens maus me rodeavam. Lançavam males sobre mim, com ódio e furor. Dentro do meu peito, meu coração disparava dolorido, com medo da morte. Era dominado pelo medo e pelo pavor, o horror me oprimia. Cheguei a desejar ter assas e então voaria para bem longe e viveria em paz. Comecei a maquinar o mal e então disse: Senhor provoca confusão e desentendimento entre os meus inimigos, faz com que sejam destruídos pela sua própria violência. Dia e noite, gritam pela cidade, andando sobre os muros. Espalham a maldade e a miséria. Dentro deles existe morte e destruição”.
Davi talvez dissesse: Tudo isto senti por aquele que um dia chamei de amigo. Não pude suportar a traição de um amigo. Se eu tivesse sido traído por inimigo, eu poderia agüentar, poderia fugir e me esconder. Mas quem me traiu foi meu companheiro, meu amigo do peito. Costumávamos andar juntos, conversando alegremente enquanto íamos para o templo de Deus. Então minha mente maquinando o mal desejou que a morte o alcançasse de surpresa e nesta luta contra carne e Espírito, o Espírito prevaleceu e então eu pedi ajuda a Deus e o Senhor me salvou. Contei meus problemas a Deus e Ele me ouviu. Eu sabia que Ele podia me salvar e dar paz.
Alguns anos atrás ouvi o Bispo Ubirajara em um dos seus sermões dizer: “apenas quando você for honesto (a) consigo mesmo (a), reconhecendo quem é de fato, neste dia você estará mais próximo de Deus”.
A mentira força o ser humano a fazer algo. Trabalha sempre até levar a exaustão. A mentira busca repouso em uma fonte interior. Fonte esta que é mais forte que a vontade própria, associada apenas ao desempenho e a produtividade de um personagem.
O ser humano na sua necessidade de ser aceito, locomove sua alma constantemente e jamais repousa.
Muitos consideram o aborrecimento o real poluidor de sua fonte interior. Não gostam de se aborrecer, e não sabem como se defender porque estão demasiadamente mergulhados em um personagem que determina todos os seus pensamentos, sentimentos e ações. Muitos vivem como “Truman” (O Show de Truman – filme) ou para os brasileiros, como o prefeito Odorico Paraguassú (personagem de Jorge Amado). Tais modelos de vida se formam cedo, através de experiências nossas ou mensagens verbais e não verbais transmitidas repetidamente para nós. Essas mensagens se enraizaram cedo em muitas vidas e determinam o comportamento diante de situações cotidianas. Não sabem por que estão reagindo de modo tão amedrontados ou porque se esgotam tanto. Devemos ser honestos conosco mesmos como foi Davi, Paulo e tantos outros. Devemos encontrar os modelos rígidos que se escondem por trás de tais atitudes. Apenas assim poderemos criar alguma distância em relação a eles e adquirir uma nova perspectiva e unidade. Quando o ser humano finalmente entender estas coisas não precisará mais andar em busca de honras e popularidade, que levam à inveja, maus sentimentos e desconfiança. Se pensarmos que somos importantes demais para nos sujeitarmos a isto, estamos nos enganando. Na realidade somos um “joão-ninguém”.
Quando o ser humano sentir-se seguro de estar fazendo o melhor, só assim terá satisfação pessoal de uma obra bem feita e não precisará se comparar com outra pessoa ou vender a imagem de alguém perfeito. Nós precisamos suportar alguns de nossos defeitos e fardos. Nenhum de nós é perfeito.



Que Ele nos santifique na verdade!

Shalom!

Regina Lopes

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