Schyrlei Pinheiro
Choro, com vergonha, à céu aberto,
abro meus braços em defesa dos justos,
levanto a voz sem medo,
liberto a fera faminta,
que dentro de meu ser habita.
Entre palavras, o dito não fere,
não nubla a verdade que grita,
mas remedia a dor que sinto.
A luz não pode faltar ao dia,
ou deixar de iluminar
o rosto de uma criança,
o coração de uma mulher,
ou a verve de um poeta,
refém das letras,
que exalam o perfume do amor bendito,
deitado entre linhas soltas,
que voam, unindo continentes, sob o infinito,
sentindo na pele o prazer
de, como a água, completar seu ciclo vital,
quando rega a terra, árida e seca,
com as gotas do saber,
evaporado no calor da paixão,
que geme, mas não engana
os urros da fera, que urge justiça
em nome das presas violentadas,
dilaceradas na alma, sem nenhuma razão.
Não calem os poetas, não amputem a voz
que ousa brotar no silencio,
com a missão de preservar o encanto
do mundo animal,
ameaçado pela praga humana!
E aí companheiro? O que quer fazer.
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